Nos EUA, pregões abrem em queda de mais de 2%. Principais índices recuam com força na Europa: em Milão, queda superou 7% no pior momento. Pequim anunciou tarifa de 34% contra produtos americanos.
As Bolsas globais sofrem um novo pregão de fortes quedas nesta sexta-feira em reação ao acirramento da guerra comercial. No Brasil, o dólar opera em forte alta, de mais de 2%, e chegou a superar R$ 5,75. Na Ásia, os pregões fecharam em queda pelo segundo dia consecutivo, após o presidente americano ter anunciado o que chamou de "tarifas recíprocas" contra exportações de todos os países do mundo.
No fim da sexta-feira, pelo horário local, após o fechamento da maior parte das Bolsas asiáticas, o governo chinês anunciou sua retaliação: vai impor tarifa de 34% sobre os produtos americanos, numa estratégia olho no olho. Após a decisão de Pequim, as Bolsas aprofundaram a queda na Europa e abriram em baixa de mais de 2% nos EUA.
Em Frankfurt, na Alemanha, as perdas chegaram a superar 5% e em Milão, na Itália, a queda foi até de 7% no pior momento, logo após vir a público a decisão da China de retaliar os EUA. As ações de bancos europeus estão despencando: Santander, Deutsche Bank, BBVA e UniCredit têm quedas de mais de 10%.
As cotações do petróleo também operam em forte queda, que se acentuaram após o anúncio de Pequim: o barril do tipo brent chegou a cair mais de 6%. Nas Bolsas americanas, as ações abriram em queda, com o S&P 500 recuando 2,5% e o Nasdaq, 2,7%, na abertura dos negócios, às 10h30.
Na quinta-feira, o S&P 500, que reúne as 500 maiores empresas dos EUA, recuou 4,84%, seu pior desempenho em cinco anos e o que representa uma perda US$ 3 trilhões em valor de mercado.
Na Ásia, os investidores seguiram com a venda em larga escala de suas ações. A Bolsa de Tóquio fechou em queda de 2,75%, com perdas expressivas no setor automotivo: a Toyota perdeu mais de 4%, enquanto Nissan e Honda registraram baixas de mais de 5%. Seul perdeu 0,86% e Sydney 2,44%. Os mercados chineses permaneceram fechados devido a um feriado.
As perdas nas Bolsas
Ásia
- Japão: -2,75%
- Hong Kong: -1,52%
- Coréia do Sul: -0,86%
Europa (por volta das 10h)
- Alemanha: 3,75%
- França: 3,64%
- Reino Unido: 3,60%
- Itália: 5,82%
- Espanha: 4,41%
As tarifas anunciadas por Trump, mais significativas do que o esperado, abalaram os mercados na quinta-feira. Wall Street registrou as perdas mais expressivas desde os primeiros dias da pandemia de Covid-1, em 2020, e o dólar sofreu uma desvalorização.
— O dia 2 de abril continuará sendo um ponto de inflexão na História do comércio mundial. Os anúncios de Donald Trump desencadearam uma onda expansiva — disse John Plassard, especialista em investimentos da Mirabaud.
As novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos variam de acordo com os países, entre um mínimo de 10% e um acumulado de 54% no caso da China e de 46% no Vietnã. Além de 34% da chamada tarifa recíproca, a China já era taxada em 20% pelos EUA, totalizando assim os 54%.
As medidas anunciadas por Trump também atingem aliados dos EUA como Japão (24%), Coreia do Sul (25%) e Taiwan (32%). Já os produtos procedentes da União Europeia serão submetidos a tarifas de 20%.
Outra consequência é o aumento da cotação do ouro, considerado um valor refúgio, que na manhã desta sexta-feira era negociado a US$ 3.101 por onça (31,1 gramas), levemente abaixo do recorde histórico registrado na quinta-feira.
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