A DEMOCRACIA DEPENDE DA VERDADE
Depois das eleições municipais de 2024, foi dada a largada para as
presidenciais em 2026. E o Brasil debate um tema cada vez mais relevante:
fake news. Pesquisa do Instituto DataSenado revela que 81% dos brasileiros
acreditam que as notícias falsas podem influenciar significativamente os
resultados eleitorais. Tal dado relevante destaca a urgência de aprofundarmos
o debate sobre desinformação e suas consequências para a democracia.
De acordo com o mesmo levantamento, 72% dos entrevistados relataram ter
encontrado notícias falsas nas redes sociais nos últimos seis meses que
antecederam as eleições do ano passado. Essa realidade levanta
preocupações sobre a integridade do processo eleitoral, uma vez que a
disseminação de informações enganosas pode distorcer a percepção pública e
manipular a opinião dos eleitores. A produção de fake news é prática
desonesta, que adultera informações e busca mudar a verdade. Tem crescido
com o mal uso da inteligência artificial, porque a burrice natural segue sendo
uma triste realidade.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, que
investiga a propagação de desinformação nas redes sociais, foi criada no
parlamento federal para enfrentar esse desafio. No entanto, suas atividades
foram suspensas durante a pandemia, e seu futuro permanece incerto. A
necessidade de um combate mais rigoroso às fake news, com um olhar
especial para 2026, poderá evitar um impacto perigoso sobre os resultados das
urnas.
A pesquisa “Panorama Político” do DataSenado, realizada entre junho de 2024,
entrevistou mais de 21 mil brasileiros de todos os estados e revelou que 72%
dos usuários de redes sociais desconfiam de notícias que encontram online.
Esse sentimento é um reflexo da dificuldade em identificar informações falsas,
com 50% dos entrevistados considerando difícil a tarefa. A polarização política
também desempenha um papel importante, com 29% dos brasileiros se
identificando como de direita, 15% de esquerda e 11% de centro. Enquanto
40% não se alinham a nenhuma corrente política – fato que preocupa pois
mostra a perigosa desesperança dos eleitores com a política. Cinco por cento
sequer responderam.
A responsabilidade das plataformas de redes sociais na disseminação de fake
news é outro ponto crucial. A pesquisa indica que 81% da população acredita
que essas empresas devem ser responsabilizadas ao não impedir a
propagação de informações falsas. Isso sugere um apoio crescente na
implementação de filtros e políticas de moderação mais rigorosos. Mas, o que
temos observado na prática é o contrário, como na decisão do executivo do
Grupo Meta, que controla Facebook, Instagram e WhatsApp, o americano Mark
Zuckerberg, anunciando o fim da checagem de fatos em suas plataformas.Ele
usa a questionável justificativa de que há erros nos mecanismos de checagem,
gerando censura. E visando apenas lucro, esquece que liberdade de expressão
exige responsabilidade de expressão.
Por fim, a pesquisa do DataSenado revela que um terço dos brasileiros está
insatisfeito com a democracia, embora 66% ainda acreditem que é a melhor
forma de governo. Esse desagrado pode ser exacerbado pela desinformação,
que mina a confiança nas instituições democráticas. É fundamental fortalecê-
las e garantir que o processo eleitoral seja transparente e justo. Que mentiras
não contaminem os eleitores, ludibriando os fatos com falsas versões.
Para identificar fake news, deve-se observar: títulos exagerados; erros de
ortografia em gramática; mensagens que incentivam o compartilhamento
rápido; e a falta de fontes confiáveis – estes são alguns dos indícios de que a
informação pode ser enganosa. A conscientização sobre como reconhecer fake
news é uma ferramenta essencial para proteger a democracia e garantir que os
eleitores façam escolhas conscientes e baseadas na realidade.
O combate às fake news é uma questão urgente que requer a participação de
todos os setores da sociedade. À medida que nos aproximamos das eleições
de 2026, é vital que os cidadãos estejam cientes dos riscos da desinformação e
que as instituições trabalhem para garantir um ambiente eleitoral correto e
transparente. A manutenção do estado democrático de direito, das liberdades
constitucionais e da justiça social são nosso valioso patrimônio.
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