Comandado por Riquelme e Cavani, Boca vai ao Mundial de Clubes da FIFA com a esperança de recuperar seu espaço entre os gigantes do planeta futebol.
O Boca Juniors é uma marca que superou as fronteiras da América do Sul e se impôs globalmente. Não é nada incomum encontrar sua camiseta em diferentes partes do planeta. O clube é um dos mais vitoriosos do mundo, com seis Libertadores em um currículo que totaliza 18 títulos internacionais e 52 conquistas no futebol argentino. Tão acostumado a grandes façanhas, o Boca não poderia faltar na primeira edição do novo Mundial de Clubes, em que tentará repetir as ocasiões históricas em que superou potências como Real Madrid e Milan. Foi contra o Milan que o Xeneize venceu em 2003 a Copa Intercontinental, torneio substituído posteriormente pelo Mundial de Clubes. Aquele foi o último título internacional de um clube argentino. A seguir, o FIFA.com analisa o momento do gigante portenho, conta como conseguiu sua classificação ao Mundial e relembra alguns de seus ídolos históricos.
O Boca Juniors não conseguiu vaga na Libertadores 2024, mas a disputa da final de 2023 contra o Fluminense no Maracanã garantiu pontos suficientes para levar o time ao Mundial de Clubes pelo ranking da Conmebol. A eliminação do Nacional do Uruguai contra o São Paulo nas oitavas da Libertadores deste ano foi a peça que faltava para que o conjunto argentino garantisse lugar entre os 32 clubes que estarão nos Estados Unidos.
Apesar da recente eliminação nas oitavas da Copa Sul-Americana diante do Cruzeiro, o plantel do Boca que disputará o novo Mundial de 15 de junho a 13 de julho do ano que vem conta com vários nomes que já deixaram marca na história do futebol mundial. E nenhum deles é tão significativo quanto o de Edinson Cavani, que, após uma formidável carreira na Europa e com a seleção uruguaia, decidiu mudar-se para a Bombonera em julho de 2023. O elenco também conta com atletas experientes como Marcos Rojo, Gary Medel, Luis Advincula e o goleiro Sergio Romero, fundamental na campanha rumo à final da Libertadores 2023.
Fundação: 1905
Estádio: Alberto J. Armando, “La Bombonera”
Apelidos: Xeneize, Bosteros, La Mitad más Uno
O Boca Juniors é um dos times mais vitoriosos de todo o mundo. É fácil reconhecer o escudo e a camiseta com as cores do clube em praticamente qualquer lugar que se vá. O histórico vitorioso, a paixão da torcida, mais de cem anos de êxitos e um verdadeiro panteão de ídolos expandiram a mística além das fronteiras da Argentina e da América do Sul.
Mesmo transformado em um gigante, o Xeneize não perdeu a característica de um movimento popular com raízes no bairro de La Boca, uma das capitais do futebol que nenhum torcedor pode deixar de conhecer. A torcida, famosa como o 12º jogador do clube, nunca esmorece e sempre dá um espetáculo que encanta milhões de pessoas. Uma excursão à Europa em 1925 foi o alicerce de uma expansão que continuou à base de triunfos, títulos, façanhas quase impossíveis e a presença sempre marcante de Diego Armando Maradona. Don Diego sempre foi um dos maiores ídolos do povo e tornou-se um verdadeiro símbolo do clube e da torcida. Ele nunca deixou de lado a bandeira do time do coração e passou a ser um embaixador informal do Boca Juniors. Mas se o assunto são epopeias, um dos principais heróis é Juan Román Riquelme, considerado pela maior parte dos torcedores o maior ídolo da história do clube. Com uma atuação esplendorosa diante do Real Madrid na Intercontinental de 2000, Román construiu ao redor do seu talento uma equipe implacável que alcançou hegemonia nacional e internacional. Na nova vida de cartola, o craque quer repetir aqueles dias de glória na posição de autoridade máxima do clube: foi eleito um dos vice-presidentes em 2019 e, quatro anos mais tarde, elegeu-se presidente da instituição.
As duas passagens de Maradona pelo Boca Juniors não foram tão longas, mas o vínculo é eterno. Depois de surgir de maneira fabulosa no Argentinos Juniors, o jovem Diego forçou uma transferência ao Boca e conseguiu um título histórico no campeonato nacional de 1981. Ele não demorou a se transferir à Europa para defender o Barcelona, mas levou consigo o cargo informal de embaixador do Boca Juniors, projetando a bandeira do clube em todos os lugares em que brilhou durante a inesquecível carreira. Diego retornou no final da década de 1990, reacendendo a própria chama e fazendo uma despedida emocionante na Bombonera.
Outro grande pilar das façanhas do Xeneize. Maior goleador da história do clube, com 236 tentos em 404 jogos, formou dupla memorável com Riquelme. Definido pelo técnico Carlos Bianchi como um "otimista do gol", Palermo operou verdadeiros milagres em inúmeros confrontos emocionantes que ficaram na memória do torcedor. Diante da adversidade e do impossível, sempre aparecia a figura do goleador. O dono de cabelos descoloridos ganhou duas Libertadores e fez os dois gols da equipe na Copa Intercontinental contra o Real Madri. No bairro de La Boca, certos nomes não precisam de sobrenome: todo mundo sabe quem são Martín, Román, Carlitos e Diego.
São poucos os romances tão típicos como aquele entre Boca e Riquelme, uma história que começou com aplausos de pé já no dia da estreia como profissional. Desde então, o camisa 10 escreveu uma das histórias mais lindas do futebol argentino e mundial. Herdeiro de Maradona, que usou nas costas o nome do craque em sua despedida diante de uma Bombonera lotada, Riquelme construiu sua própria lenda com atuações inesquecíveis e capítulos históricos moldados pelo próprio talento. Com Román em campo, não havia missão impossível. Ele brilhou nas três Libertadores que conquistou e ao erguer a Copa Intercontinental com um desempenho maravilhoso diante dos poderosos galácticos madrilenhos. Agora como dirigente, Román segue alimentando um amor único.
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