E a geração do bilhão? Ex-Palmeiras coleciona conselhos de Fàbregas e ganha chance na Seleção da Itália

 

Há mais de um ano na Europa, Fellipe Jack aproveita dupla nacionalidade para defender na seleção italiana de base e colhe frutos de escolha por aprender com maior escola de zagueiros do mundo

Entre a famosa "geração do bilhão" no Palmeiras, Fellipe Jack deixou o clube para aprender na maior escola de zagueiros do mundo. Pouco mais de um ano depois, vê a estratégia dar certo. Aos 19 e transferido em definitivo desde janeiro para o Como 1907, o zagueiro colhe ensinamentos de Cesc Fàbregas, agora técnico do time profissional, e ganha chance até na seleção de base da Itália.

– Falo com ele todos os dias. Tem me ajudado muito nesse meu começo na Europa, é uma das pessoas fundamentais até aqui – conta Fellipe Jack ao ge, sobre o ex-meia espanhol,

– É um excelente treinador, mais ainda como pessoa. Se vê porque foi tão longe na carreira. Tem muita ambição e prioriza muito esse uso dos jovens, que não é uma coisa normal aqui na Itália – completa o zagueiro.

Fellipe Jack saiu em fevereiro do ano passado por empréstimo, em que o Verdão também recebeu 200 mil euros, renovou em julho e em janeiro de 2025 se transferiu em definitivo por dois milhões de euros referente a 65% dos direitos do atleta - mantendo 35% ligados ao Palmeiras.

Fellipe Jack com Henry e Fábregas — Foto: Reprodução/Instagram

Mais notícias do Palmeiras:
+ Moisés relata dores e desabafa: "A cobrança no Brasil extrapola"
+ Palmeiras iguala seu melhor início de Brasileiro nos pontos corridos

Os clubes italianos de fato costumam procurar, por meio de scouts em competições de base, jovens jogadores mais "prontos" ao invés de nomes em processo de lapidação.

E no caso de Fellipe Jack, como zagueiro, há o fato de que o futebol italiano produziu grandes nomes na defesa, como Maldini, Chiellini, Canavarro. Não só pelo talento, mas também pelo treino em ambiente direcionado ao estilo de jogo. Algo que tem estado cada vez mais evidente para ele.

– A maior diferença é que os jogadores são muito aguerridos, disputam cada lance como se fosse o último da vida. No Brasil é um jogo mais talento, com mais jogadores técnicos, que buscam o drible, o um contra um. Aqui na Itália é um jogo mais brigado, mais defensivo – explica.

Fellipe Jack atuando pela seleção da Itália — Foto: Arquivo Pessoal

Desde o início do ano, o zagueiro adicionou uma nova camada a esse aprendizado. Entrou no radar da Seleção da Itália, a Federação conversou com os empresários, com o clube, puxou as documentações e em seguida, dia 22 de fevereiro, ganhou a primeira convocação.

– Poder disputar um campeonato europeu foi uma das coisas que me motivou – diz o zagueiro.

Fellipe Jack nasceu em São Paulo, mas tem direito ao passaporte italiano e dupla nacionalidade por conta de parentes de origem no país europeu. Tanto que antes da convocação à Itália também defendeu as seleções de base no Brasil.

A Fifa não limita a troca de federação para as categorias de base, impondo regras somente a partir da profissionalização.

Um atleta que entre em campo por uma grande competição, por exemplo, como Copa e as disputas continentais, não pode mais trocar de seleção. No caso de atletas até os 21 anos, ainda se pode ter até três jogos em disputas eliminatórias ou eventuais competições, como era a Copa das Confederações.

Para Fellipe Jack, aos 19, a decisão pela Itália ainda não é definitiva. O importante no momento para o zagueiro tem sido aproveitar o que de aprendizado puder tirar.

– Não tenho essa decisão 100% ainda, mas estou procurando aproveitar ao máximo esse momento na minha carreira. Ter a honra de poder defender duas seleções gigantescas, como a brasileira e a italiana, e lá na frente vamos ver o que acontece.

+ Veja mais notícias do Palmeiras

Fellipe Jack vestindo a camisa da Seleção da Itália — Foto: Arquivo Pessoal